
BOSQUETES
Grupos de árvores de pequeno porte/arbustos que estão interligados uns com os outros através da sobreposição das suas copas. Estas estruturas fornecem abrigo, sombra, habitat e alimento para a biodiversidade. Contribuem para reduzir a erosão do solo pelo vento e ajudar na redução da quantidade e da taxa de escoamento dos cursos de água, contribuindo assim para a prevenção de inundações/ cheias em áreas sensíveis.













IMPACTOS NOS SERVIÇOS DOS ECOSSISTEMAS
IMPACTOS NA BIODIVERSIDADE
BENEFÍCIOS
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• Os bosquetes são um hotspot para a biodiversidade, sejam apenas alguns isolados ou espécimes jovens, ou um conjunto denso. São um componente importante existente dentro e adjacente a outras estruturas de foco ecológico e na paisagem como um todo. São especialmente importantes em locais onde não existem quaisquer ou muito poucas estruturas arbóreas/arbustivas.
• A diversidade florística existente nos bosquetes é vital na primavera e nos períodos de floração para os insetos polinizadores – como os abelhões, as abelhas solitárias, moscas e/ou borboletas. A existência de pequenos espaços abertos que possibilitam a existência de outras espécies com pólen e néctar – como salsa, cardo ou dípsaco – são importantes fontes também para os insetos polinizadores como outros predadores naturais de pragas.
• Bosquetes estruturalmente diversos podem fornecer um conjunto diferenciado de serviços à vida selvagem – como por exemplo, locais de
nidificação para aves ou locais de refúgio e hibernação para mamíferos e anfíbios.
• Quanto mais diversos forem os bosquetes mais benéficos são para a fauna. Bosquetes de diferentes espécies, de diferentes idades e em diferentes estados de desenvolvimento são importantes para o desenvolvimento de determinadas espécies. Desta forma, é possível concluir a importância da manutenção dos bosquetes durante o seu ciclo de vida.
• Para além dos múltiplos benefícios para a vida selvagem, a existência de bosquetes nas explorações agrícolas pode potencialmente reduzir a erosão do solo, minimizando o escoamento superficial de águas de chuvas e de cheias e podem desempenhar funções de barreiras da dispersão de pesticidas e herbicidas


BOAS PRÁTICAS
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• PLANTAÇÃO DE BOSQUETES
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• A plantação de bosquetes deverá ser feita apenas se não existirem zonas de regeneração natural ou se a plantação dos mesmos for uma necessidade. Utilize espécies autóctones, adaptadas ao tipo de solo durante o período entre novembro e março.
• Não plante apenas uma única variedade (evite a monocultura) e escolha espécies com períodos de frutificação e floração diferentes, escalonados ao logo do ano. A disponibilidade de pequenos frutos, bagas, pólen e néctar ao longo do ano é benéfica para as aves, insetos, insetos polinizadores e pequenos mamíferos.
• Não plante as espécies em linha ou todas em grupo, espalhe as sementes espaçadas e de forma aleatória. Quando se desenvolvem, os bosquetes vão apresentar um caráter mais natural, quase espontâneo – fator atrativo para a fauna.
• Como os bosquetes são vulneráveis ao pastoreio durante o seu desenvolvimento nos primeiros anos, pode instalar protetores individuais em cada uma das espécies – se a área for muito grande, coloque uma vedação ao seu redor



• CORTE DE BOSQUETES
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• O corte dos bosquetes promove a regeneração dos mesmos e é uma ferramenta importante não só para a manutenção como para o restauro. Corte os bosquetes em rotação de forma a ficar com bosquetes compostos por diferentes espécies e com idades diferentes – quanto maior a heterogeneidade dos bosquetes, melhor o benefício ecológico.
• O corte deve ser realizado entre setembro e fevereiro nomeadamente para evitar a época de procriação das aves. Os bosquetes atingem a maturidade ao fim de 15 anos, portanto corte 1/15 dos bosquetes cada ano, ou corte 1/5 dos bosquetes a cada três anos, por exemplo. Durante um ano, no máximo, é aconselhável cortar/gerir até 50% de um bosquete, não mais do
que isso.
• As áreas de espaços abertos dentro dos arbustos requerem manutenção e corte para manter a sua abertura e encorajar o crescimento de plantas floríferas, ricas em néctar e pólen. O corte de apenas 50% da área por ano permite a retenção de algumas áreas para os insetos passarem o inverno. É aconselhável fazer o corte, destes espaços abertos, entre o final do verão e o princípio do outono - depois das flores largarem a semente – ou então, preferencialmente entre novembro e dezembro para evitar quaisquer danos/perturbações aos répteis.