A EXPLORAÇÃO
A exploração com mais de 475 hectares no total, está muito próxima de Lisboa (a cerca de 30 km em linha reta) e partilha uma das estremas com a Reserva Natural do Estuário do Tejo, entanto totalmente integrado na Zona de Proteção Especial, sendo igualmente um Sítio de Interesse Comunitário (SIC) abrangido pela convenção RAMSAR. Esta exploração com múltiplas valências seja no extenso e cuidado montado orientado para a produção de cortiça, seja na produção de cereais e proteaginosas em regime de sequeiro e regadio (milho, trigo, cevada, ervilha), seja também na produção animal com gado bovino, onde o tema do encabeçamento é um elemento crítico. Mas ainda, e talvez de forma mais marcante para a família Palha, seja a Coudelaria José Pereira Palha, como uma das casas mais emblemáticas do país, onde a criação de célebres cavalos lusitanos tem enobrecido uma história com mais de cem anos e que se mantém viva até aos dias de hoje.
Do ponto de vista da biodiversidade da fauna que é riquíssima (um local de passagem e nidificação de 137 espécies de aves, sendo que 50 são alvo de orientações de gestão, mais 4 espécies de morcegos importantes e outros mamíferos (lontras) e répteis). Esta riqueza em biodiversidade, nomeadamente ao nível das aves e mamíferos (morcegos), tem aumentado o interesse de grupos específicos, como os birdwatchers, que ao longo dos anos, tem vindo a desafiar a herdade para visitas e passeios. A exploração é também totalmente autónoma do ponto de vista do consumo de energia elétrica, com dois parques solares cuja produção excede as necessidades para a rega, por exemplo.
Ao nível da produção de cereais, atividade central para o promotor, a gestão agrícola, divide-se entre culturas de regadio e de sequeiro. No maior pivot situado no polígono central da exploração são produzidas três culturas em rotação em ciclos de dois anos: trigo, azevém e girassol. O azevém é a cultura intermédia que faz a separação entre o trigo e o girassol e que é colhida ano sim ano não. A rotação de culturas ocorre periodicamente da seguinte forma: o trigo é colhido em junho e introduzem-se as vacas que comem uma parte do restolho; em outubro é semeado o azevém, que é colhido em maio na campanha seguinte; de seguida é semeado o girassol que é colhido em outubro, seguido do trigo e assim sucessivamente. Nas parcelas mais a noroeste, que se encontram encostadas ao valado, junto do rio Sorraia, é produzida uma mistura forrageira que ano sim, ano não, é pastoreado diretamente pelas vacas ou é enfardado. No pivot mais pequeno situado perto da área social, com solos mais arenosos, cultiva-se milho todos os anos e ervilha ano sim ano não. Com esta forma de gestão, em rotação, as áreas permanentes cobertas, reduzindo o risco de erosão e o risco de resistências a pragas e doenças.